terça-feira, 31 de julho de 2012

Esse texto não faz sentido! É só um desabafo.


Você já se sentiu preso? Como se por mais que você quisesse seguir outra direção, aquela torta, errada, te puxasse para ela?
Hoje eu pensei seriamente em parar. Parar com tudo isso e apenas me conformar com meu peso “normal”. Porque segundo os médicos eu estou adequada, meu peso bate com minha altura, meu IMC (Índice de Massa Corporal) é 19, ou seja, meu peso é o ideal. Então eu me pergunto: por que eu não posso ser feliz assim? Por que eu tenho que viver buscando algo ao qual eu nunca consigo chegar?
Se eu me conformasse com meu peso e passasse a comer “normalmente”, eu não teria mais compulsões, pois não ficaria longo tempo sem comer nada, eu não passaria mais vontade de nada, não me sentiria mais fraca e, além de tudo, eu não engordaria, porque sei que posso manter o meu peso me policiando apenas nas quantidades do que como ou deixo de comer. Sei que consigo me controlar nesse sentido.
Aí eu pensei em procurar um tratamento. Eu sou espirita, e posso procurar tratamento no centro, eu nem precisaria contar nada na minha casa porque eu teria uma consulta sozinha lá, e o tratamento espiritual é como um “psicólogo”, tem sigilo médico. E o mais importante, eu sei que com o tratamento e com força de vontade, eu consigo sim me livrar de tudo o que me assombra.
Mas ao mesmo tempo, me pergunto o que fazer com essa sensação de culpa. Eu sinceramente não sei o que fazer. Por que eu não consigo me sentir bonita? Já que estou no meu peso ideal?
Eu não entendo.

segunda-feira, 30 de julho de 2012

Prazer e dor.


Sabe? Eu gosto da sensação de fome. Qualquer um acharia loucura, mas eu gosto de sentir o estomago vazio, é como se a sensação de força de me manter sem comida mesmo com meu corpo necessitando me trouxesse a satisfação de estar no controle, a compensação de que, se nada mais der certo, algo já deu, por mais um dia eu consegui me controlar.
É estranho eu sei, mas para mim é algo bom, de certa forma. Acho que é isso o que as pessoas julgam ser doentio, acho que é isso o que incomoda as pessoas, “como pode alguém ficar feliz em sentir fome?” A verdade é que é exatamente isso mesmo. Felicidade. A felicidade de saber que sou eu quem manda em mim, e não uma necessidade fisiológica idiota, a felicidade de saber que a fome de certa forma é o retorno, o retorno que vem junto com a beleza, com a perfeição.
Ao contrário da fome, a sensação de saciedade sempre me traz tristeza, uma tristeza que de qualquer forma eu tenho que “por pra fora”. Comer quase sempre me faz chorar. É algo meio irônico. A sensação de estar comendo é algo prazeroso inicialmente, tão prazeroso que eu simplesmente não consigo parar. Quase sempre começa por um pedacinho, de qualquer coisa que eu estou com muita vontade de comer, continua por mais um pedacinho e em seguida continua por que eu preciso sentir mais, mais desse prazer.
É quase como o prazer que o estômago vazio me dá, com a diferença que vem sem mau estar, sem dor de cabeça, sem tonturas ou enjoo, vem sem “efeitos colaterais” instantâneos. Mas como todo prazer, este também tem o seu “efeito colateral”, só que este vem depois. Eu estou comendo, e comer me traz compensação também, e por não conseguir parar de sentir este prazer eu como e como e como, mas chega um momento em que o descontrole é tão grande que eu fico triste, triste por ter me descontrolado, e eu como mais ainda pensando em tampar esta dor.
Mas as compulsões sempre terminam no “apenas preciso me sentir cheia”, é o último estágio. Depois dos efeitos da vontade, do prazer, da saciedade, vem a necessidade de sentir que não cabe mais nada no meu estomago, e nesse momento eu posso comer qualquer coisa, qualquer uma mesmo, até o que eu não gosto de comer, simplesmente por “encher”. E depois de estar cheia e a dor não passar, tudo o que eu preciso é coloca-la para fora, como se a comida levasse com ela a dor.
Porém, quando tudo termina, a dor persiste. Ela sempre persiste. E é por isso que eu prefiro me manter “limpa”. Porque não existe um meio termo, ou é tudo, ou é nada, e de qualquer forma, não vai passar mesmo, nada disso vai fazer parar a dor então, de que realmente importa? Nada importa. Eu não me importo, e não é como se alguém fosse se importar por mim.

domingo, 29 de julho de 2012

Eu vejo!


Pedaços de dor, para todos os lados, os seus olhos mentem? Será? Não, seus olhos não mentem. Quanta dor mais é possível aguentar? Tudo está errado, a fotografia está errada, os números na balança estão errados, e meus esforços me causam tanta dor que eu já não sei mais se posso suportá-los. Quero me destruir, quero deixar de existir, quero ser leve, quero ser adorável.
E não minta pra mim, não me diga que são coisas da minha mente, eu não sou louca nem estou doente, eu vejo!
Triste, triste, triste... Apenas me deixe chorar.

Uma imensidão de nada.


Talvez eu esteja apenas cansada, talvez eu não seja assim fria ou intocável como as pessoas me veem, talvez eu apenas tenha deixado de me cortar com a importância destinada a falsas considerações.
Não gosto de me imaginar como alguém que esqueceu seu coração. Ainda existem pessoas com quem eu me importo. Acontece que quando você deixa de se importar com você mesma, é um pouco difícil se importar com mais alguém ao seu redor e o mais irônico disso tudo é que, quando você não se importa com as pessoas, elas dizem que você só pensa em você mesmo. Eu? Eu sou a pessoa que menos importa no mundo agora, mas nada importa, não é mesmo?
E é como se eu estivesse em uma imensidão de nada, apenas seguindo a direção da próxima ventania que me colocará na nova imensidão, onde esperarei a ventania seguinte, e os dias se repetem.