quarta-feira, 8 de agosto de 2012

Um tanto quanto bizarra

Depois de algum tempo como ana, você aprende até a se movimentar mais lentamente para que as pessoas não percebam os “apagões” que eventualmente ocorrem por conta da falta de alimentação. É, eu sei que é irônico.
A última vez que eu comi “normalmente” foi no domingo, depois de um fim de semana de descontrole e compulsões eu iniciei um NF que durou 48 horas, após este período tive uma compulsão, comi muito. Miei tudo no banheiro da faculdade, foi horrível e foi aquilo de sempre, rápido, tudo muito impulsivo. Comi tudo o que vi pela frente num impulso e muito rápido, comi o máximo que pude, bebi muita água e coloquei pra fora tudo sem pensar.
Eu não sei qual culpa me atormenta mais, a de comer, a de vomitar ou a de ficar sem comer. O fato é que estou sem comer desde então, não porque esteja de NF propositalmente, mas porque tenho medo de perder o controle outra vez, eu não consigo comer pouco, sempre me descontrolo e como o dobro, o triplo, e me descontrolo ainda mais e coloco tudo pra fora.
Não quero virar mia outra vez, eu sei a tormenta que isso foi um dia na minha vida e não quero que isso volte, já basta a tormenta causada pela ana, então vou ficando sem comer, para evitar a mia.
Hoje na hora do almoço passei por uma cena um tanto quanto bizarra. Eu comecei a cortar minha comida, a esfarelar e esmagar ela enquanto mentalmente dizia a ela o quanto ela era desprezível, o quanto me fazia mal, me engordava e o quanto me fazia sofrer, eu cortei a mistura, uma omelete de frango, até ficar completamente esfarelada, misturei no arroz com feijão e comecei a amassar dentro da vasilha até ficar irreconhecível e nojento, aí despejei no lixo.
Enfim, espero chegar nos 48 logo, só assim eu poderei procurar a ajuda que preciso para ficar melhor, se bem que as vezes sinto que para me manter nos 48 eu precisarei chegar bem abaixo disso porque sei que vou engordar quando iniciar o tratamento. Não sei o que pensar, só sei que por agora não quero me sentir de novo como me senti ontem.

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